17 de jan. de 2010

Sala de aula: IFR (parte7)

Por João Marinheiro
FONTE: airandinas

Navegação Rádio - Seu Uso

Aproximando-se e afastando-se da estação
A aeronave, na posição 1, está voando ao longo da R180º (radial), no sentido contrário a ela, mantendo a PM 000º e, nesta condição esta ajustando R000º “TO” (aproando PARA a estação).
Após o bloqueio, a indicação mudou para “FROM” significando que a aeronave está afastando-se da estação, embora a PM e a Radial continuem as mesmas. Esta é uma condição sem vento ou esse estará exatamente de proa ou cauda. Com isso, concebe-se que para entrar para a estação, a indicação que o piloto ajustará no OBS é “TO” e para abandonar ou afastar-se, a indicação é “FROM” (Figura A).

Quando uma aeronave estiver mantendo uma determinada proa e passar perpendicularmente por uma linha projetada de uma estação. a indicação “TO” muda para “FROM”.

A aeronave, na posição 1, está voando na PM 000º que é o seu curso, entretanto, a barra, no CDI, está para a esquerda, indicando que a radial esta para a esquerda. Na linha perpendicular ao curso seguido. a indicação muda para “FROM” e na posição 2, ao manter o curso, a barra continua indicando a radial para esquerda (Figura B).

Interceptação de Radiais
Para interceptar uma radial o piloto ajustará o OBS a radial desejada, tanto para entrar como para afastar-se da estação.

    Aeronave B, na posição 1, o piloto ajustou R060 “TO” para entrar para a estação na R240º. (O VOR está em 6=60º na janela “TO” e a barra está para a direita, informando que a Radial está à direita). Na posição 2, interceptou a radial 240º, e a barra está centrada, já entrando.

    Aeronave A, na posição 1, ajustou-se a R240º “FROM” para afastar-se na R240º (O VOR está em 24, na janela “FROM” e a barra para a direita, informando que a radial está para a direita). Na posição 2 , a aeronave intercepta a R240º e a barra está centrada, já afastando.

Em condições de vento
Considerando que uma Radial é sempre um Rumo Magnético, quando houver vento soprando de um dos lados da aeronave, o piloto terá que fazer uma Correção de Deriva (contra o vento), para neutralizar a sua força e manter-se na radial ajustada.

Na posição 1, percebe-se que a aeronave interceptou a radial 170º, ajustada na Radial 350º “TO” (barra centrada), para entrar para o VOR, mantendo a PM360º para corrigir o vento da direita.

Na posição 2, observa-se que a correção foi maior que a necessária e a aeronave afastou-se para a direita da Radial (barra chamando para a esquerda).

Na posição 3, novamente interceptou a Radial 170º, onde o piloto concluiu que, ao voar na PM 355º, manter-se-ia na Radial.

Na posição 4, já interceptou o VOR e está na Radial 350º “FROM”, afastando-se do VOR.

Interpretação com o Vento
Se na aproximação analisada na Figura A estivesse operando um CDI, a radial ajustada seria R060º “TO”.

Nas posições 1, 3 e 4, a barra esta centrada e na posição 2, essa está para a esquerda, indicando que a aeronave está para a direita da radial e RM. Sendo assim, a aeronave, para manter-se na radial e no rumo, terá que corrigir 5º para a esquerda. A PM é 055º. Num CDI, em condição de afastamento na análise da Figura B, as condições eram as mesmas da Figura A, apenas a radial é 060º “FROM”.

Imagem em produção!
Lamentamos o incômodo.

Curva do Cão
O efeito do vento numa aeronave que se aproxima de um NDB utilizando o ADF como referência é observado com a tendência do deslocamento do ponteiro para o lado de onde o vento está soprando. A tendência de centralização do ponteiro perseguido no ADF provocará uma trajetória até o bloqueio chamada “curva do cão”, que conforme podemos observar na figura abaixo, conduz a aeronave para o bloqueio, mas faz com que a mesma descreva uma linha curva, muitas vezes não desejável. Observamos na mesma figura que a curva do cão é evitada aplicando uma correção de deriva (ACD) adequada que fará a aeronave voar sobre uma linha reta até a estação, implicando isto numa descentralização do ponteiro em valor constante.

Descobrindo a radial
Muitas vezes voamos em determinada rota sem necessariamente ir direto para um VOR ou mesmo abandona-lo numa determinada Radial. Podemos estar passando na lateral, cruzando assim diversas radias deste VOR. O órgão de Controle de Tráfego Aéreo poderá questionar qual a Radial de um VOR que estamos cruzando em determinado momento. O procedimento a seguir é aplicado.

“Gire o OBS (Botão Seletor de Curso) até que o CDI fique centrado. Observe a janela de ambigüidades e se nela estiver:

FROM: A Radial da aeronave é coincidente com o curso selecionado na marca de topo;
TO: A Radial da aeronave é o valor recíproco da marca do topo, ou seja, lida diretamente na marca de 180º do instrumento.”

OBS: As marcações obtidas de um VOR são sempre magnéticas e pode ser TO ou FROM.

Procedimento para Afastar de uma Estação VOR
“Uma aeronave foi instruída a abandonar uma estação VOR voando na Radial 180, sabendo-se que a mesma receberá vento lateral pela esquerda.”

Procedimento:

Posição 1: Ao se afastar o piloto seleciona com o OBS o rumo na marca de topo que possibilita voar na Radial 180, no caso o próprio 180º. Observa barra centrada e janela em FROM (saindo da estação).

Posição 2: Ao receber o vento lateral a aeronave deriva para a direita voando numa radial não pretendida. Observa a janela em FROM e o CDI está deslocado a esquerda a quantidade angular que a aeronave está da Radial, no caso 8º. (Cada ponto corresponde a 2º). O piloto interpreta que para voltar a Radial terá que curvar para a esquerda (para cima da barra).

Posição 3: O piloto executa com a aeronave giro de 30º à esquerda para fins de interceptar a Radial 180. Ao tomar a proa 150 verifica em janela FROM e o CDI deslocamento 8º à esquerda, já o instrumento, mostra o rumo que a aeronave está em relação a Radial que pretende atingir.

Posição 4: A aeronave inicia aproximação da Radial pretendida (180) e o CDI inicia uma tendência de centralização. No exemplo mostramos ainda faltar 4º para interceptar a radial (CDI sobre o ponto que representa 4º).


Posição 5: A Aeronave intercepta a radial 180 e o CDI centra neste momento.

Posição 6: A aeronave intercepta a Radial, o piloto gira a aeronave para uma proa menor que 180º (para não derivar novamente). A aeronave voa sobre a Radial tendo o piloto a única preocupação de manter o CDI centrado. Observamos que a proa está a esquerda do rumo afim de combater a ação do vento.

Procedimento para Aproximar de uma Estação VOR
“Uma aeronave foi instruída a se aproximar de uma estação VOR pela Radial 180, sabendo-se que a mesma receberá vento lateral pela esquerda”

Procedimento:

Posição 1: Estabilizado na radial 180, o piloto seleciona com o 0BS na marca de topo o rumo que possibilita o vôo na radial 180, no caso o rumo 360. Observa o CDI centrado e janela em “TO” (indo pa­ra a estação).

Posição 2: Ao receber o vento lateral, a aeronave deriva para a esquerda voando numa radial não pretendida. Observa janela em “TO” e o CDI deslocado para a direita do centro a quantidade de graus à esquerda que a aeronave saiu da radial, no exemplo 8º. O piloto interpreta que para voltar a radial terá que curvar para a direita (para cima da barra).

Posição 3: O piloto executa com a aeronave giro de 30º à direita com intenção de interceptar a radial 180. Ao tomar a proa 030 verifica janela em “TO” e CDI ainda deslocado 8º à direita pois permaneceu num rumo deslocado este ângulo da radial que pretende atingir.

Posição 4: A aeronave inicia aproximação da interceptação da radial pretendida 180 e o CDI inicia tendência de centralização. No exemplo mostramos ainda faltar 4º para interceptar a radial.

Posição 5: A aeronave intercepta a ra­dial 180 e o CDI centraliza neste momento.

Posição 6: Ao interceptar a radial o piloto gira a aeronave para a esquerda numa proa maior que 360 (para não derivar novamente para um rumo diferente de 360). A aeronave voa na radial 180 ten­do o piloto a única preocupação de manter o CDI centrado. Observa que a proa está à direita do rumo afim de combater o efeito do vento pela direita.

DME

É o equipamento eletrônico, transceptor, que opera sob o princípio de funcionamento semelhante ao radar. O DME mede a diferença de tempo entre a transmissão e a recepção de um sinal rádio. O sinal emitido pelo avião atinge o equipamento de terra do DME que, através de equipamento eletrônico, envia o sinal de volta à aeronave. Toda essa operação feita eletronicamente pelo instrumento DME e o número de milhas para a estação é indicado pelo indicador do instrumento. O DME opera na faixa de 960 a 1215 Mhz.

As Radiais de um VOR e distâncias de um DME, permitem ao piloto manter uma rota pré-estabelecida, mesmo não tendo no ponto de destino uma estação VOR. Normalmente o DME está acoplado a um VOR ou Localizer de ILS mas funcionam independentemente.

A distância medida é a da linha de visada (reta) que une a aeronave à estação. Significa que quando uma aeronave passa na vertical da antena, altura que a aeronave está será a lida no instrumento de bordo.

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