17 de jan. de 2010

Sala de aula: Meteorologia Aeronáutica (parte4)

Por Mattheus Brandt
fonte:airandinas

Influência dos Ventos

Turbulência

Turbulência é a trepidação sofrida pelas aeronaves devido a agitação irregular no ar , ela pode provocar desconforto , danos estruturais e em casos severos até mesmo acidentes. Existem 4 tipos de turbulência. Alguns deles estão divididos em classes , vamos ver agora quais são estes.

1.Turbulência Convectiva ou Térmica – Correntes convectivas alternadas fazem com que a aeronave suba e desça , pode ser facilmente observada através da formação de nuvens cumuliformes . No inverno ela é geralmente mais suave e no verão mais severa (na parte da tarde)

2.Turbulência Mecânica

A. De Solo - Forma-se devido aos fluxos de ventos sobre superfícies irregulares. Ocorre geralmente entre 2.000 FT e 6.000 FT.

B. Orográfica – Forma-se a sotavento das montanhas devido a formação de ondas orográficas estacionárias (ondas de montanha) . Pode ser facilmente identificada pela presença de nuvens lenticulares ( Cumulus Lenticularis) que se formam ao topo destas mesmas ondas , pode ser também identificada pela presença de nuvens rolo
(em forma de espiral) na base das montanhas.

3.Turbulência Dinâmica

A. Frontal – Forma – se devido ao deslocamento de massas de ar quente (Frentes Quentes)

B. Devido ao gradiente do vento – Forma se em nível que separa ventos com velocidades e direções diferentes , conhecida como “Vento Cortante” , “Tesoura de Vento” ou do inglês “Windshear” . È causadora de vários acidentes aeronáuticos e pode ser facilmente encontrada próximo a Cb’s.



4.
Turbulência de ponta de asa
Forma se no bordo de fuga das asas (veja Sala de Aula Teoria de Vôo), onde são formados pequenos vórtices giratórios .Geralmente pode durar de 2 a 3 minutos.

5.CAT (Clear Air Turbulence , ou Turbulência de ar claro) – É uma turbulência proveniente de um gradiente de vento provocada pela corrente de jato (Jetstream) e não pode ser identificada por nenhum tipo de nuvem. Ela se apresenta mais forte sobre os continentes e se forma abaixo do eixo da corrente do lado polar.


Ventos

Vento é o movimento do ar na horizontal que se estabelece entre pontos da superfície terrestre sempre que houver uma diferença de pressão entre eles. Os ventos sempre sopram da alta pressão para a baixa. E em termos de temperatura sopram da baixa para a alta temperatura.

-> Podemos descobrir o valor da força que impulsiona o vento do ponto A para o ponto B aplicando uma simples fórmula que se consiste em :

FG = Diferença de pressão entre A e B / Distância de A até B
(FG= diferença de pressão dividido pela distância)
Atenção : Quanto maior a diferença de pressão entre os pontos , maior sera o vento. Linhas Isóbaras próximas indicam Ventos Fortes


Influência dos Ventos em uma aeronave

A.Pouso e decolagem: Define a pista a ser utilizada , dificulta as operações .
B.Nos vôos em rota: Podem retardar ou acelerar os vôos aumentando e diminuindo o consumo de combustível, assim como tirar uma aeronave do seu rumo.


Características dos Ventos

A. Direção: É dada em graus apartir de onde ele sopra.
B. Velocidade: A unidade é o Nó (Knots) ou KT , ou unidade de intensidade.
C. Caráter: É a maneira como o vento sopra , constante ou de rajada


As Forças e os centros de pressão

“Força de Coriolis”: A Força de Coriolis é uma força aparente que surge devido ao movimento de rotação da terra que faz com que o vento seja desviado para a esquerda da sua trajetória no hemisfério sul , e para a direita no hemisfério norte. É sempre perpendicular ao deslocamento

No Hemisfério sul, num centro de alta pressão os ventos são divergentes no sentido anti-horário
No Hemisfério sul, num centro de baixa pressão os ventos são convergentes no sentido horário.

Estabilidade

Centro de Alta Pressão:
Ventos Fracos
Instabilidade

Centro de Baixa Pressão:
Ventos Fortes


No hemisfério norte
, num centro de alta pressão os ventos são divergentes no sentido horário
No hemisfério norte, num centro de baixa pressão os ventos são convergentes no sentido anti-horário.


Estabilidade
Centro de Alta Pressão
:Ventos Fracos

Instabilidade

Centro de Baixa Pressão
:
Ventos Fortes

- Centro de Baixa Pressão – Ciclone – Centro Bárico De ventos convergentes – Fluxo NESO convergente (hem. Sul)
- Centro de Alta Pressão – Anti-Ciclone – Centro Bárico de ventos divergentes – Fluxo NOSE divergente


“O Equilíbrio Geostrófico"
É um gradiente de equilíbrio entre a força do gradiente de pressão e a força de Coriolis , só existe em atmosfera livre. Em determinado ponto as 2 forças se tornam opostas.

A. Vento Geostrófico: É o vento que fluí na atmosfera livre sob o efeito do equilíbrio Geostrófico, percorrendo os contornos das linhas isóbaras , fisicamente explicando é quando as partículas entram em MRU.

B. Vento Gradiente: É o vento que sopra na atmosfera livre , percorrendo os contornos curvos das isóbaras sob o efeito do equilíbrio de algumas forças.

C. Vento Ciclostrófico: Sopra na região equatoria , onde Coriolis é nula sobre o efeito do equilíbrio entre o Gradiente de Pressão e a Força Centrífuga da Terra

D. Vento Barostrófico : Sopra dentro da camada de fricção sob o efeito quase que exclusivo da força do gradiente de pressão.

Camada de Fricção: É a camada em que os ventos sofrem um efeito direto de fricção, ou seja, com as irregularidades da superfície ela pode se estender até 2.000FT de altura.



Circulação Geral dos Ventos


Circulação Inferior: É caracterizada pelos deslocamentos de grandes massas de ar em direção as regiões mais quentes . Se estende da superfície até 20.000 FT

Circulação Superior: Predomina de West para East devido ao aumento da força de Coriolis.

Considerações sobre a Circulação

Ventos Alíseos: São os ventos finais da circulação inferior que chegam na região equatorial , fluindo de Sudeste no hem. Sul e de Nordeste no hem Norte ( East to Weast)

Confluência Intertropical ou CIT ou ITCZ ou Equador Metereológico ou Cavado Térmico:
A Confluência Intertropical é uma região muito próxima ao equador , onde existe o encontro dos ventos alíseos provenientes do Norte e Sul. Sua Largura média se estende entre 500 KM , e é uma região de Baixa Pressão , porém existem alguns pontos chamados Doldrums que se formam dentro dela que são pontos de calmaria extrema. Devemos saber que a CIT oscila latitudinalmente em direção ao hemisfério que está no verçao , desde 15º N até 5º S.

Corrente de Jato ou Jetstream ou JTST: É um fluxo de vento intenso pertencente a circulação superior , com velocidade mínima de 50 KT , porém já foram detectadas velocidades acima de 400KT em seu eixo. Ela se forma na ruptura da Tropopausa e possuí uma largura aproximada de 100 a 300 KM e tem uma espessura que varia de 5 a 7 KM , geralmente ela ocorre entre o FL 200 e o FL 400. Pode ser detectada pela presença do Cirrus Uncinus ou Rabo de Galo.


Circulação Secundária ou Local
São Irregularidades dentro da Circulação Geral dos Ventos , podem ser locais dependendo da diferença de temperatura entre seus pontos.

A. Brisa Marítima: Do oceano para o continente, é mais intensa no período da tarde e no verão.
B. Brisa Terrestre: Do continente para o oceano, é mais intensa no período da noite e no inverno.
C. Ventos de Vale: É mais intenso a tarde e no verão . Pode gerar Turbulência.
D. Ventos de Montanha: É mais intenso a noite (de madrugada) e no inverno.
E. Vento FOHEN: É o vento quante e seco que desce a encosta de uma montanha.
F. Ventos de Monsões: (Monsão de Verão – Massas de ar Provenientes do oceano) (Monsão de Inverno – Massas provenientes do continente seguindo para o oceano).
G. Vento Catabático: Todo vento que desce a Montanha (SOTAVENTO)
H. Vento Anabático: Todo vento que sobe a encosta de uma montanha. (BARLAVENTO)

Sala de aula: Meteorologia Aeronáutica (parte3)

Por Mattheus Brandt
fonte:airandinas

Processo Adiabático


Processo Adiabático:
é o resfriamento do ar, sem haver troca de calor com o meio externo a ele.

RAU = 0.6º C/100
RAS – 1º C / 100 rn
GPO - 0,2º C/ 100 m

Nível de condensação convectiva (NCC): É o nível no qual o ar se torna saturado durante seu movimento ascensional.
Razão adiabática seca (RAS): É o resfriamento da superfície até o NCC.
Razão adiabática úmida (RAU) : É o resfriamento que o ar experimenta acima do NCC.
Gradiente do Ponto de Ovalho (GPO)

CALCULO DE BASE DE NUVENS


Bn = (Tar- Td) x 125 ( Para nuvens cumuliformes).
Ex: Uma nuvem cumulus de 500 m de espessura forma - se a 900 m da superfície. A temperatura no seu topo é de 8ºC. Calcule Tar e Td na superfície.

T= 8 + (0,6 x 5) = 11º C. (temperatura na base da nuvem).
Tar = 11 + (1 x 9) = 20º C. Td = 11 + (0,2 x 9) =12,8º C.

Equilíbrio atmosférico: é a maneira como atmosfera reage aos movimentos verticais do ar.

Quando ela permite a formação destes movimentos dizemos que ela está em equilíbrio instavel.
Quando ela impede estes movimentos dizemos que ela está em equilíbrio estável e quando ela ignora , dizemos que ela está no equilíbrio neutro ou indiferente.

Características da instabilidade (GTV > lº C/100m):

1) Nuvens do aspecto cumuliforrne
2) Chuva forte do tipo pancada
3) Vôos turbulentos
4) Visibilidade horizontal é boa exceto na hora da chuva.

Características da estabilidade (GTV < style="">

1) Nuvens estratiformes com maior expansão horizontal.
2) Chuva leve normalmente continua vôos suaves (sem turbulência).
3) visibilidade horizontal é normalmente ruim.

Analisando as Nuvens



As Nuvens podem ser divididas em 2 categorias por Aspectos.

1 – ASPECTO CUMULIFORME – Indica Instabilidade Atmosférica (GTV >1º C/100M)
2 – ASPECTO ESTRATIFORME – Indica Estabilidade Atmosférica (GTV<1ºc/100M)

Processos de Formação de Nuvens

Convecção : São Chamadas de Nuvens Convectivas , SEMPRE com aspecto Cumuliforme.
Orográfico : A Nuvem pode se formar em regiões montanhosas sempre a BARLAVENTO (sempre a frente das montanhas)
Advecção : È quando o fluxo de ar quente e úmido sobre uma superfície fria , pode formar nuvens advectivas de aspecto ESTRATIFORME
Dinâmico : Se forma devido ao deslocamento de massas de ar (frentes)


Classificando as Nuvens

1 – Quanto a altura de sua Base

Nuvens Baixas – Até 2 KM acima da superfície , todas podem produzir precipitações e são de estrutura LIQUIDA

Nuvens Médias - Até 2 a 4 KM (nos pólos) , de 2 a 7 KM (nas regiões temperadas) e de 2 a 8 KM (nas regiões tropicais e equatoriais). São de Estrutura mista (água e cristais de gelo).

Nuvens Altas - Todas as nuvens que se encontram acima das médias . São sempre de estrutura SÓLIDA (cristais de gelo) e não produzem precipitações.

2 – Quanto ao Gênero

São Nuvens Cumuliformes – Todas aquelas que possuem a palavra CUMULUS associada ao seu nome (Cc , Ac , Cu , Cb ) Formam se em equilíbrio instável , sendo portanto turbulentas tanto dentro quando fora delas.

São Nuvens Estratiformes – Todas aquelas que possuem a palavra ESTRATUS associada ao seu nome (Cs , As , Ns , St ) . Formam – se em equilíbrio estável , portanto não são turbulentas.

OBS – O Cu e o Cb também são consideradas nuvens de desenvolvimento VERTICAL .


Identificando alguns dos principais tipos de nuvens

Cirrus (Ci) – É a única nuvem de estrutura totalmente SÓLIDA . È a mais alta de todas , sua presença nos céus indica possíveis mudanças nas condições do tempo , pode adquirir algumas formas como o Rabo de Galo (Cirrus Uncinus) que indica a presença de ventos fortes em altitude . São bastante brancas e de aspecto fibroso ou filamentoso.


Cirrocumulus (Cc) – Indica a presença de turbulência em níveis elevados , forma – se em ar Instável.

"FOTO DO CIRROCUMULUS AINDA NÃO DISPONÍVEL"

Cirrustratus – Véu uniforme e transparente que encobre total ou parcialmente o céu , produzindo o fenômeno do HALO . Pode gerar também o chamado Fogo de Santelmo que causa pequenas centelhas em algumas partes da aeronave (principalmente no para-brisas) devido ao acumulo de energia estática causada pelo atrito dos cristais de gelo. Sua presença também pode nos indicar possível mudança nas condições de tempo.

"FOTO DO CIRRUSTRATUS AINDA NÃO DISPONÍVEL"

Alto Cumulus (Ac) – Indica turbulência em níveis médios e não produz precipitação capaz de atingir a superfície. É bem semelhante ao Cirrucumulus porém pode ser visto mais baixo.

Altostratus (As) – Véu Espesso e uniforme que encobre total ou parcialmente o céu , podendo produzir chuva leve , normalmente contínua e até neve. Não provoca o HALO , se voar dentro deste tipo de nuvem pode estar sujeito a formação do Gelo tipo ESCARCHA.

Nimbostratus (Ns) – Nuvem escura de aspecto ameaçador , sem contudo ser turbulenta no seu interior , pode produzir chuva de moderada até forte e inclusive neve . Também esta sujeito a formação de gelo ESCARCHA quando se voa dentro desta formação.

FOTO DO NIMBUSTRATUS AINDA NÃO DISPONÍVEL

Stratus (St) – Nuvem escura de aspecto ameaçador , sem contudo ser turbulenta no seu interior , pode produzir chuva de moderada a forte e até neve. Pode haver formação de gelo tipo Escarcha quando se voa dentro desta nuvem.

FOTO DO STRATUS AINDA NÃO DISPONÍVEL

Stratocumulus (Sc) – É uma nuvem que tem uma característica especial : Ela tem 2 equilibrios ( estabilidade e instabilidade ) . Só é turbulenta no seu interior e é a única que se forma em equilíbrio condicional. Pode produzir chuva fraca e neve.

FOTO DO STRATOCUMULUS AINDA NÂO DISPONÍVEL

Cumulus (Cu) – Pode ser encontrado na forma de Cumulus Humílis ou Cumulus de bom tempo , não produz nenhum tipo de precipitação , sua estrutura é líquida e são de pequeno desenvolvimento.


Cumulus Humilis


Cumulus de bom tempo

Tower Cumulus (Tcu) – Também conhecido como cúmulus de mau tempo , pode produzir pancadas de chuva e tem estrutura mista. É uma nuvem perigosa e de grande desenvolvimento.

Cumulonimbus (Cb) – É a nuvem de maior desenvolvimento . Tem em média 8 KM de espessura , e se forma normalmente entre 700 a 1.500 m . É a nuvem da trovoada , por isso é a mais perigosa , quando se vê esta nuvem pode se esperar um fenômeno denominado WINDSHEAR , no qual é extremamente prejudicial a qualquer aeronave , ela pode também gerar queda de granizo.

Variedades Especiais de Nuvens :

1)Lenticulares – Adquirem uma forma de lente , formam – se na presença de ondas orográficas , a sotavento no TOPO destas ondas.

- Stratocumulus Lenticularis (Ate 2 KM)

- Altocumulus Lenticularis (Níveis Médios)

- Cirrostratus Lenticularis (Níveis Altos)

2) Mamatus – Indicam Agitação extrema e grande turbulência dentro da nuvem . Surgem com formas arredondadas na base da nuvem , exatamente lembrando um seio feminino.

- Cumulus Mamatus e Cumulonimbus Mamatus

Sala de aula: Meteorologia Aeronáutica (parte2)

Por Mattheus Brandt
fonte:airandinas

CALOR E TEMPERATURA

Calor: é uma forma de energia. (energia em trânsito)
Temperatura: é o estado de aquecimento de um corpo ou o grau de agitação das partículas que o constitui.
Termômetro: fornece a leitura momentânea da temperatura.
Termógrafo: fornece a leiturae registro da mesma.

ºC = 5/9 ('F - 32) [] ºF = 1,8Cº + 32 [] 'K = Cº + 273

OBS – Cº - Graus Celsius
Fº - Graus Fahrenheit
Kº - Graus Kelvin

Zero absoluto: 0º K. É a temperatura na qual cessa agitação dos átomos e moléculas de um corpo.
Na escala de medição Celsius corresponde a -273 Cº.

Propagação do calor:

A) Processo por Convecção: Se dá na vertical e é efetuado pelas CORRENTES.
B) Processo por Advecção: Se dá na horizontal e é efetuado pelos VENTOS.

OBS : Os dois Processos ocorrem simultaneamente , então A provoca B.

C) Processo por Condução: É um Processo mais efetivo nos corpos sólidos , principalmente nos metais onde as moléculas permanecem em sua posição original.
D) Processo por Radiação: É o transporte de calor a distancia, sem contato entre os corpos , ou é o transporte de calor através de fluídos rarefeitos. Ex: o calor do sol que chega à terra.

Variação térmica no globo:

GTV – Gradiente Térmico Vertical ( Variação da Temperatura com a Altitude)

PRESSÃO ATMOSFÉRICA

Pressão atmosférica: P = F/Aou P = m.a / A ou P = m.g / então : P = P/A

Unidade de pressão: é
o Hecto-Pascal (HPa), então 1,033 Kg f /cm2 = 1013,25 hpa.


Instrumentos:

a) Barômetro: leitura momentânea.
b) Barógrafo: leitura momentânea e registro.

Gradiente de pressão:

a) Na Vertical : SEMPRE diminuí com a altitude.
b) Pela superfície da terra : Varia na horizontal de ponto para ponto , dependendo de vários fatores como a Temperatura e Umidade.

Pressão da estação ao nível médio da PISTA (QFE) –
É a pressão lida por uma estação meteorológica de superfície.

Pressão ao nível médio do mar (QFF): É a pressão da estação reduzida ao nível médio do mar para fins puramente meteorológicos.

Ajuste do Altímetro(QNH) : È a pressão da estação reduzida ao nível médio do mar para fins aeronáuticos cuja sigla é QNH

CARTA SINÓTICA -. Ao analisar a variação de pressão sobre a superfície da terra verifica-se que a mesma forma sistemas organizados de pressão.

Isóbaras: linhas que unem pontos de mesmo valor de pressão atmosférica (QFF) , de 2 em 2 HPA . PARES

Centro de alta pressão: é aquela no qual a pressão aumenta para dentro do sistema ou diminui para a periferia. Sistema fechado.

Centro de baixa pressão: sistema fechado. A pressão diminui para dentro do sistema ou aumenta para a periferia.

Crista: é um prolongamento de um sistema de alta pressão, num sistema aberto.
Cavado: é um prolongamento de baixa pressão num sistema aberto.
Colo : Região entre 2 sistemas de alta e 2 sistemas de baixas. Nesta região os ventos são fracos porém variam bastante de direção.

Atmosfera padrão: idealizada pela ICAO ou OACI para servir de referência no estudo da atmosfera real . Se estende de uma altitude aproximada de 65.000 ft.

Características da atmosfera padrão:

1) Ar Seco.
2)Composição do ar: 78% N, 21% 02, 1 % OUTROS.
3) Temperatura padrão ao nível médio do mar (NMM=15º C).
4) GTV (valor médio) 0,65ºC - 100m ou 2ºC /1000 ft, ate a base da tropopausa onde a temperatura é de - 56,5ºC.
5) Pressão padrão a NMM = 10 1 3,25 hpa.
6) Gradiente de pressão vertical: 1 hpa para cada 30Ft=9m.
7) Densidade padrão do ar a NMM = 1.225 g/m3 de ar.
8) Velocidade do som ao NMM = 340 m/s.


OBS: Estas são as 8 condições ISA (atmosfera padrão da ICAO).

CÁLCULO DE TEMPERATURA PADRÃO (ISA):

Exercício:
Calcule a ISA para 1 0.000 Ft. Calcule a (ISA-10) para 15.000 Ft Calcule ISA para o FL 080

= 1000 Ft ISA - 10 = 15 - (2 x 15) - 10. ISA 15 – (2 x 8) = -1Cº
15 - (2 x 10) = -5ºC -15 – 10 = -25º C

ALTIMETRIA


É a técnica de utilização dos altímetros.

Altímetro-. é um barômetro dotado de uma cápsula aneróide modificado para indicar altitudes em termos de pressão.
OBS : 1 HPA = 30ft = 9m

Níveis padrões: são níveis de pressão constante para fins meteorológicos.

1000 hpa = 120 m acima do nível do mar
850 hpa = 1.500 m ETC.
700 hpa = 3.000 m acima do nível do mar
500 hpa = 5.600 m

Níveis de vôo: são níveis de pressão constantes para fins aeronáuticos.
OBS: os níveis são paralelos entre si e paralelos aos níveis padrão de 1013.25 hpa.

Altitude de pressão: é a distância que separa um nível qualquer do nível de pressão 1013. 2 hpa.

Atmosfera real: níveis deformados mas paralelos.

VALOR D : O valor D é igual a diferença entre o QNH QNE multiplicado por 30
Exs: VD = 30 x (1018 - 1013) = 5 x 30 = 150 Ft.

Erro altimétrico devido à variação de pressão:

Ajuste padrão ou ajuste universal = 1013,25 hpa = QNE

As acfts deverão voar em rota com seu altímetro ajustado em QNE. O altímetro tem como característica indicar sempre a distancia que o separa do nível para o qual foi ajustado. Como no vôo em rota, o altímetro estará ajustado QNE, as Indicações dadas pelo mesmo serão sempre a altitude pressão da acft ( FL ou Nível de Vôo = AP) ).

Ajuste QNH: fornece a elevação ou a altitude da pista quando uma acft está Pousada nesta.
Ajuste QNE: fornece a altitude pressão da Pista quando uma aeronave estiver pousada nela e ajustado seu altímetro para 1.013 hpa --(QNE).
Ajuste QFE : ajuste a zero, pois quando pousada em um aeródromo com ajuste QFE, o altímetro indicará zero.

Para pousar a acft , ao atingir o nível de transição deve se ajustar o altímetro de QNE para QNH , assim obteremos a ALTITUDE INDICADA. O QNH do momento é informado pela torre. Ao decolar, uma acft estará com seu altímetro em QNH e ao atingir a ALTITUDE DE TRANSIÇÃO (AT) o piloto deverá ajustar o altímetro para QNE.

EX : Se uma aeronave voa no FL 100 e a pressão a nível do mar está a 1020 hpa, calcule a distancia da aeronave em relação ao nível do mar.

QNH = 1020 VD = (1020 - 1013) x 30 210 Ft
QNE = 1013 Distância = 10.000 + 210 10.210 Ft



Erro altimétrico devido à temperatura:

1) Voando com temperatura padrão não existe erro altimétrico e nem erro de indicação do altímetro.

2) Voando com temperaturas maiores que a padrão existe um erro altimétrico para mais e indicação do altímetro para menos.

3) Voando com temperaturas menores do que a padrão, existe um erro altimétrico para menos e de indicação do altímetro para mais.

1) (QNH - QFE) x 30 = ELEVAÇÃO DO AERÓDROMO.
2) (QNE - QNH) x 30 = VALOR D.
3) (QNE - QFE) x 30 = ALTITUDE PRESSÃO DA PISTA.


Erro de temperatura: Et = 0,004 x Ap x /\T

0,004 = constante
Ap = altitude de pressão (FL) da aeronave
/\T = diferença entre a temperatura real e o padrão para o FL, considerado.

Ex: Uma acft voa com temperatura de 00 C no FL 050. Nesta condição ela estará:

ISA= 15-(2x5)=5ºC
/\T=OºC – 5º C = -5ºC.
Et = 0,004 x 5000 x (-50)
Et = -100 ft , a aeronave está voando a 4.900 Ft

ALTITUDE DENSIDADE

Ad = Ap +100 x /\T

100 = Constante
Ad = altitude densidade
/\
T diferença da temperatura real e a temperatura padrão (para o FL considerado)
Ap = altitude pressão

1) Ad = 5.000 + 100 x (5º - 5º) Ad = 5.000 Ft. (Indica que a densidade é a padrão para 5.000 ft).

2) Ad = 5. 000 + 1 00 x (25º - 5º) = Ad = 7.
000 Ft. (Indica que a densidade de 7. 000 ft está ocorrendo a 5.000 ft).

3) Ad = 5. 000 + 1 00 x (Oº - 5º) = Ad = 4.500 Ft. (Indica que a densidade de 4.500 ft está ocorrendo a 5.000 ft).

Altitude densidade: é a altitude pressão corrigida para o erro de temperatura .AD alta é favorável para níveis de vôo porém não para operações de pouso e decolagem.
Erro combinado: é o somatório do erro de pressão e de temperatura.
OBS : O erro somente será crítico se a pressão ao nível do mar estiver baixa e a temperatura no FL também.
ALTITUDE VERDADEIRA DA ACFT: é a indicação dada por o altímetro quando este foi corrigido para o erro de pressão e temperatura.

Sala de aula: Meteorologia Aeronáutica (parte1)

Meteorologia Aeronáutica
Por Mattheus Brandt
fonte:airandinas

ISA - Atmosfera Padrão (ICAO)

Hpa / mbar

Altura (metros)

Altura (pés)

Temperatura (ºC)

1.013.25

0

0

15

1.000

111

364

14.3

950

540

1.173

11.5

900

988

3.243

8.6

850

1.457

4.781

5.5

800

1.949

6.394

2.3

700

3.012

9.882

-4.6

600

4.206

13.801

-12.3

500

5.574

18.289

-21.2

400

7.185

23.574

-31.7

300

9.164

30.065

-44.5

250

10.363

33.999

-52.3

226 *

11.000*

36.091*

-56.5*

200

11.784

38.662

-56.5

150

13.608

44.647

-56.5

100

16.180

53.083

-56.5

70

18.442

60.504

-56.5

50

20.576

67.507

-55.9

40

22.000

72.177

-54.5

30

23.849

78.244

-52.7

20

26.481

86.881

-50.0

10

31.055

101.885

-45.4



Meteorologia é a ciência que estuda a atmosfera, seus fenômenos e atividades. É um ramo da Geofísica. ciência natural que se ocupa da física do globo terrestre no que diz respeito à sua estrutura sólida (1itosfera) , líquida (hidrosfera) e gasosa (atmosfera).

Divisão

A meteorologia divide-se em:

Meteorologia pura: e aquela voltada para pesquisa.
Exs: met. Climatológica , met. Polar , met . tropical ou equatorial, etc.

Meteorologia aplicada: é aquela voltada para atender o homem nas suas diversas atividades.
Exs: met. agrícola, met. marítima, met. aeronáutica, met. industrial, etc.

Atmosfera terrestre: massa gasosa que envolve a terra, protegendo-a do excesso de radiação solar.

Constante solar
: é a quantidade de energia solar que atinge o topo da atmosfera. É da ordem de 1,94 cal/cm2 /min. A atmosfera terrestre filtra radiação solar para eliminar o excesso da mesma.

Processo de filtragem:

Absorção: Penetração dos raios solares. Ocorre nos níveis mais elevados da atmosfera.
Difusão: Dispersão dos raios luminosos. Ameniza a incidência dos raios sobre a superfície terrestre.
Reflexão: Parte dos raios luminosos é refletida de volta para o espaço.

Albedo de uma superfície: é a capacidade de reflexão desta superfície.
Albedo de uma superfície: A =Er (Quantidade de energia refletida)
Ei (quantidade de energia incidente)

Albedo médio da terra = 0,35 , ou seja 35% da energia luminosa que incide sobre a terra e é refletida de volta para o espaço.

Superficies mais claras, mais lisas, brilhantes possuem maior Albedo.

Insolação: é a energia solar residual que atinge a superfície da terra após o processo de filtragem seletiva. Provoca o aumento de temperatura da mesma durante o dia.

Insol. max.: 12:00 horas.

Temp. max.: Entre 15:00 e 16:00 horas (normalmente).

Temp. min. : Entre 05:00 e 06:00 horas (normalmente).

OBS: A terra ganha e perde calor através da radiação. Em noites de céu nublado, parte do calor desprendido pela terra, através da radiação terrestre, é absorvido pelas nuvens, evitando um maior resfrimento da superfície. Este fenômeno é conhecido por feito estufa.

Composição do ar seco: 78% de N, 21% de O2 e 1% de argônio e outros gases.
Além destes elementos, também estão presentes no ar: vapor d'água, partículas de poeira,
fumaça,
sais, etc. Estes elementos são considerados como impurezas.

Estrutura da Atmosfera


Camadas da Atmosfera - AirAndinas

1) Troposfera (ou baixa atmosfera): É menos espessa nos pólos e mais expandida no equador. Nos pólos: de 7 a 9 Km, no equador de 17 a 19 Km. É a de maior concentração gasosa de todas e é onde ocorrem a maioria dos fenômenos meteorológicos: chuvas, nevoeiros, neves, furacões, ventos, nuvens, trovoadas, etc. É a camada mais agitada da atmosfera. É caracterizada por um decréscimo normal da temperatura com altitude.

2) Tropopausa: é considerada como uma zona de transição. Espessura: em média de 3 a 5 Km.
Característica: ausência de fenômenos meteorológicos e uma constante térmica (Isotermia).
Nos pólos sua temperatura varia entre –40º C e – 50º C e no equador de – 80º C e – 90º C.
E mais baixa nos pólos e mais elevada no equador.

3) Estratosfera: A DIFUSÃO mais acentuada da radiação solar acontece nessa camada. A luz de maior difusão é a azul daí vem a tonalidade azulada do céu. Seu topo se estende entre 60 a 70 km acima da superfície. Característica: ausência de fenômenos meteorológicos, e a difusão mais significativa da radiação solar. Dentro dela, entre 25 Km e 50 Km acima da superfície, se forma a OZONOSFERA que tem a função de absorver os RAIOS ULTRAVIOLETAS (UV).

4) Ionosfera: seu topo se estende entre 400 a 500 Km acima da superfície. É uma camada
eletrizada,boa condutora de eletricidade. A absorção mais significativa (raios gama, X) ocorre dentro dela. É também retransmissora de ondas de rádio.

5) Exosfera: se confunde gradativamente com o espaço estelar. Não tem papel no processo de filtração seletiva. OBS: o processo de filtragem começa na IONOSFERA

Água na Atmosfera


A água está presente na atmosfera nos seus três estados físicos: GASOSA (em suspensão no ar) ; LÍQUIDA (nuvens, nevoeiros, etc) ; e SÓLIDO (neve, granizo) .

Fontes: A água passa para a atmosfera através da evaporação de rios, oceanos, lagos, etc.
Condensação: Vapor para Líquido
Sublimação: Vapor para Sólido diretamente.

Ciclo Hidrológico: É a circulação contínua da água entre a hidrosfera e a atmosfera através da evaporação e seu retomo posterior para a superfície, através das precipitações, que podem ser: LÍQUIDAS (chuvas, chuviscos) e SÓLIDAS (neve, granizo). A capacidade máxima do ar de conter água na forma gasosa é de 4% do volume desse ar, quando isso acontece, podemos dizer que o ar encontra – se SATURADO.

Processos de saturação:

a) Por acréscimo de vapor d' água.

b) Por resfriamento. É o processo mais comum, o ar ao ser resfriado diminui sua capacidade de conter água na forma gasosa. Num determinado instante, para um determinado valor de temperatura, ele se satura. Esta temperatura é chamada TEMPERATURA DO PONTO DE ORVALHO

O acréscimo de vapor d'água no ar se dá em detrimento do Nitrogênio e do Oxigênio , que são mais pesados do que o vapor d'água. Por isso o ar úmido é mais leve e menos denso do que o ar mais seco.

OBS-. O Orvalho e a Geada não são precipitações. Formam - se sobre as superfícies a partir do ar saturado e por efeito da radiação terrestre.
OBS: A Aeronave tem perda de sustentação no ar mais úmido, mas ganha em velocidade e aerodinâmica.
OBS: É sempre favorável voar em ar úmido, mas não é favorável para pousos e decolagens.

Medidas da Umidade:
A umidade do ar pode ser medida através de vários processos:

1) Umidade absoluta: é a razão entre a massa de vapor d'água por volume de ar ou: g H20 / Var.

2)Umidade específica: é a razão entre a massa de vapor d'água e a massa de ar úmido ou: g H20/Kg ar
úmido.

3)Razão de mistura: é a razão entre a massa de vapor d'água e a massa de ar seco, ou: g H2O/Kg ar seco.

4)Umidade relativa do ar: é a razão entre a quantidade de água presente no ar e a quantidade máxima que ele pode conter. É dada em porcentagem, variando de 0% a 100%.
Ex: Um determinado volume de ar contém 30 g de vapor d'água, ele satura-se com 70 g de vapor d'água, qual é a sua umidade relativa ?

70 ----- 100

30 ----- X 3000 / 70 = 43%

Ex:Um determinado volume de ar pode conter no máximo 12g de vapor d'água. No ínomento ele contém 3,6 g, qual é a sua umidade relativa ?

12 ---- 100

3,6 --- X 360 / 12 = 30%


Ex:Um determinado volume de ar contém 1 % do seu volume na forma de vapor d'água. Qual é a sua
umidade relativa ?

4% ----100%

1% --- X 100/4 = 25%
OBS : O Volume do vapor d’ água máximo no ar é de 4% do volume deste ar = ar saturado = umidade relativa = máxima de 100% = ar saturado

Núcleos de condensação, núcleos higroscópicos ou aerossóis: são partículas sólidas em suspensão no ar, em torno das quais o vapor d'água condensa ou sublima.
OBS: poeira, fumaça , sais , etc.

Precipitações
Caráter de cada uma:

Contínua: quando ocorre num período igual ou maior que 1 hora.

Intermitente: sofre interrupções num período de 1 hora.

Pancada: quando cai em grande quantidade num curto espaço de tempo.

Instrumentos de medição:

Umidade relativa: pode ser medida diretamente através do higrômetro ou indiretamente através do psicrómetro.
Chuva: medida diretamente através do pluviômetro ou registrada através do pluviógrafo (representa em gráficos a quantidade de chuva).